quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Riacho de Santo Antônio, Marconi

por Lucas Cardim

foto: Lucas Cardim


Marconi Silva Farias. Seis anos, dentes separados e um sorriso tão igual quanto particular a qualquer criança da sua idade. Faz pré-alfa, gosta de jogar bola e brinca bem mais do que arenga. Marconi faz parte de uma geração que, embora pareça comum, teve acesso a alguns direitos antes de nascer: em Riacho de Santo Antônio, seja baixa, mal humorada, magra, estrábica ou solteira, a maioria das grávidas tem acesso ao pré-natal. Ao menos uma vez por mês, elas realizam exames de pressão e sangue, além de terem conversas direcionadas com enfermeiras e médicos para tratar de temas como parto humanizado, dietas, amamentação e uma outra série de assuntos que, se ninguém ensinar, fica impossível descobrir.

Quando nasceu, Marconi foi parar em Campina Grande, onde nascem todos os bebês encontrados em todos os colos de mãe de Riacho. Os partos, naturais ou não, são devidamente programados, agendados e paridos na grande vizinha. Não dá tempo para reclamar muito, Riacho de Santo Antônio é um município pobre no sertão da Paraíba, possui 1600 habitantes e ainda não tem um posto de saúde estruturado para realizar partos. O que pode-se fazer, então, é investir o máximo que é possível em uma gestação sem complicações. A segurança dos nascimentos de seus habitantes, embora todos saibam que seria bem melhor ter uma maternidade, é garantida portanto bem antes, em cada consulta de cada mãe ao longo de nove meses. Funciona bem.

Marconi dá tchau, segura a mão da sua mãe acompanhado do irmão mais novo, Pedrinho. Ao longo de 10 metros, passa por outras três crianças.

foto: Lucas Cardim
Crianças em Riacho de Santo Antônio

Riacho de Santo Antônio, Paraíba, Brasil. 04 de dezembro de 2008.

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