sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Taquarana

por Camila Lima

foto: Camila Lima


Maria Aparecida dos Santos tem apenas dezessete anos e está grávida de seis meses. Está casada há um ano e conta que engravidou por opção. Na escola em que estudou teve acesso a informações sobre o uso de preservativos e métodos anti-conceptivos. Abandonou a escola antes de terminar o ensino médio, mas planeja voltar.
A boa notícia é que ela teve atendimento pré-natal durante todo o período da gestação. Maria Aparecida mora em Taquarana, município alagoano que uniu esforços para melhorar a qualidade de vida de mães e crianças. Na cidade, apenas 32,6% das mulheres grávidas têm sete ou mais atendimentos pré-natal, mas o número de adolescentes grávidas já diminuiu nos últimos dois anos. Outro dado positivo foi o aumento do percentual de adolescentes de 14 a 15 anos com ensino fundamental concluído, o percentual aumentou de 6% para 37,2%.

foto: Camila Lima


Seu José Silva dos Santos é um homem tímido de 57 anos. Nasceu em Boca da Mata, município próximo a Taquarana. Assim como tantos moradores do semi-árido brasileiro, trabalha desde criança na roça. Afirma ter uma vida boa, só reclama da falta de água e da qualidade dos atendimentos nos postos de saúde. De acordo com ele, quando seus dentes nasceram, ele já trabalhava na roça. Cresceu sem pai, contando apenas com o apoio da mãe que também era trabalhadora rural.
Felizmente, em Taquarana, as histórias dos moradores mais novos têm sido diferente. Com apoio do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), mais meninos e meninas passaram a freqüentar as escolas e a participar de ações esportivas, artísticas e culturais. Para substituir a renda que essas crianças traziam para casa, o governo federal dá às famílias um auxílio financeiro. Na comemoração da conquista do Selo UNICEF, o grupo Coco de Roda Comunidade Mameluco – uma das ações do PETI – fez uma apresentação e mostrou um pouco do que tem sido produzido em Taquarana. O grupo é formado por mais de vinte adolescentes que aprenderam a tocar e a dançar coco.

foto: Camila Lima

Mirelly Geraldo Santos não gosta de dançar, mas toca atabaque há três meses

Taquarana, Alagoas, Brasil. 05 de dezembro de 2008.

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